Pesquisar este blog

sábado, 27 de julho de 2013

A MINHA MÃEZINHA

A minha MÃEZINHA, que só no nome é diminutivo. Mas que pela sua dedicação, doação, perseverança, resistência (e que resistência), paciência, benevolência, caridade, simplicidade, e tantas outras virtudes, superam em muito esse diminutivo.
 O nome MÃEZINHA se tornou uma marca registrada, entre eu, e meus irmãos, e nossa MÃEZINHA sempre será nossa rainha.
 Minha gratidão pela vida, que devo primeiramente a DEUS, e em segundo lugar a essa mulher com M maiúsculo, que nasceu Dirce Maria, mas popularmente chamada de Dona TITA, que ela seja bendita.  Nasceu na fazenda "Das Palmeiras", nos arredores de Araraquara, primogênita de nove irmãos. Em sua época a prole numerosa era comum, pois os pais necessitavam de muitos filhos para a lida no campo, que enxergavam nessa característica uma solução para o trabalho extasiante de manusear a terra, e os afazeres de casa.
 Filha de pai enérgico e autoritário, a obediência sempre era uma frequência, e mesmo já sendo avó, de um simples olhar seu, já entendia, e a ele nunca resistia.
 Salva pelo seu avô Inocêncio em tenra idade, (entre três e quatro anos) quando caiu em um tanque de lavar café, que era muito fundo, e não dava pé.
 Certa vez, ela e sua irmã Angelina, ao verem uma mulher chegando na fazenda montada em um cavalo, coisa rara na época, começaram a rir pelo uso da calça comprida da amazona, e após sua retirada foi motivo para apanhar do pai de rabo de tatu (rebenque feito de couro trançado), a Angelina fugiu, e a Tita a culpa assumiu.
 Quando para o namoro despertou, por um serviçal da fazenda se encantou, sendo que o mesmo a convidou para fugirem, pois seu pai não aceitava o namoro em virtude dele ser mulato, pela proibição do pai a ele teve que renunciar, sendo enviada a uma tia que morava em Marília para ficar longe do mesmo, e evitar qualquer encontro. A ela seu pai lhe falou, que era para aprender novas aptidões domésticas, mas para sua surpresa a tia começou a lhe fazer de serviçal da casa, e a testar sua honestidade, pois deixava propositadamente moedas em baixo da cama, para ver qual sua reação, e ela em sua inocência sempre lhe dizia que tinha encontrado.
 Depois de muitas cartas interceptadas pela tia, uma delas chegou a seu pai relatando o acontecido, e o mesmo a trouxe de volta.
 Por um novo rapaz que morava na cidade de Araraquara se interessou, e para encontrá-lo suas pernas raspou, um seu irmão ao pai contou, e o mesmo de castigo para sua frustração lhe deixou.
 Em um baile de fazenda com meu pai ela se encontrou, o mesmo interessado em encontrá-la novamente pediu para visitá-la na fazenda, e ela aceitou, meu pai querendo impressionar fretou um avião, e bilhetes românticos no ar ele jogou, mas ela disse que nenhum deles encontrou.
 Meu avô muito autoritário logo ao meu pai foi dizendo, se é para namorar com intenções de casamento tudo bem, caso contrário procure outra moça porque minha filha não é para passar tempo.
 Detentora de uma memória privilegiada em relação a datas de aniversários, lembra o dia do nascimento de cada membro da família, e a todos liga cumprimentando no dia respectivo.
 Em contra partida no dia do seu aniversário, o telefone toca o dia todo, sendo cumprimentada por todos também.
 Mulher prendada, sempre ao lar foi muito dedicada. Ao esposo e filhos sempre deu grande suporte, para que eles sempre mantivessem seu norte.
 Quase tudo sabia fazer com muito amor!, cozinhar, costurar, bordar, confeccionar bolos de casamentos, doces e salgados para membros da família, e também para fora gerando renda extra, confeccionar ramos de palmeiras para serem benzidos no domingo de Ramos, um domingo antes da Pascoa, administrava uma quitanda em frente da casa e tantas outras coisas mais.
 Era meu despertador diário quando fiz o tiro de guerra, e graças a ela não tive uma falta sequer.
 Me ajudou muito também, quando eu comecei  a vender caldo de cana, sempre solicita a raspar as canas. Quando tive carrinhos de lanches, sempre fazia os molhos e ajudava em tudo o que podia, e o que não podia também.
 E na época em que tive restaurante macrobiótico, muitos salgados também fez.
 Como a gratidão significa, que a energia recebida deve ser devolvida, procurei aqui nesse relato demonstrar uma pequena parte da minha gratidão pela minha MÃEZINHA.
 Obrigado Senhor pela mãe que me deste, que ela tenha lauréis de glória por toda a eternidade.
 MUITO OBRIGADO  MÃEZINHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

 De seu filho que muito a estima e ama.

 José Bento

MENSAGEM DE CORA CORALINA

 "Eu não tenho medo dos anos, e não penso em velhice. E digo pra você: não pense. Nunca diga estou envelhecendo, ou estou ficando velha.
 Eu não digo. Eu não digo que estou ouvindo pouco.  É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
 Procuro sempre ler, e estar atualizada com os fatos, e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida.
 O melhor roteiro é ler, e praticar o que lê. O bom é produzir sempre, e não dormir de dia. Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
 Nunca diga que estou doente, digo sempre, estou ótima. Eu não digo nunca, que estou cansada.
 Nada de palavra negativa.
 Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
 Você vai se convencendo daquilo, e convence os outros. Então silêncio! Sei que tenho muitos anos.
 Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não.
 Você acha que eu sou? Tenho consciência de ser autêntica, e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos, e determina os fortes.
 O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
 Procuro semear otimismo, e plantar sementes de paz e justiça.
 Digo o que penso com esperança. Penso no que faço com fé. Faço o que devo fazer com amor.
 Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende."

 Cora Coralina

sábado, 13 de julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

REMINISCÊNCIAS

 Mãos que se acariciam, que se entrelaçam, que se encaixam, que abraçam.
 Olhares que se fitam, que se exprimem, que se redimem.
 Sentimentos que são únicos, que são caros, que são raros.
 Lábios que sussurram, que murmuram, que se tocam, que se roçam.
 Um abraço apertado, se funde num laço, se propaga no espaço.
 Uma carícia, coisa sem malícia, em noite de lua cheia, que delícia.
 Um afago, um aconchego, que de ti eu trago.
 Entrelinhas de coisas suas, como também minhas.
 Um palpitar, coração a disparar, sentimento a serenar.
 Ventos do sul, mares do norte, que só coisas boas em mim aporte.
 Um começo, sem tropeço, coisas belas, tudo que mereço.
 Vida, experiência contida, mas que valeu a pena ser vivida.
 Liberdade para se expressar, para comemorar, para se festejar.
 Pensamento que voa, que ecoa, que distoa.
 Amores, eu vou na direção que tu fores.
 Temores, que se desmanchem, para não provocar dores.
 Esperança que não descansa, aumenta a confiança.
 Chuva, enxurrada, roupa molhada, água que corre pelo rosto, alma lavada.
 Mar, em ti quero entrar, para em suas ondas flutuar.
 Andar, caminhar, campos a contemplar.
 Gratidão a Deus, a vida, a minha mãe, ao meu pai, ao alimento, aos amigos meus.
 Ao romper da aurora, na alvorada, pássaros em revoada.
 O amor incondicional, a alegria do dia a dia, a paz mundial.
 O Pai Nosso de cada dia, as seis horas da tarde Salve a Ave Maria.
 O pão em nossa mesa, louvemos a Deus para acabar a fome com certeza.
 Oração, introspecção, sublimação, perdão, compaixão, perante Deus, grande elevação.
 Bondade, caridade, cumplicidade, coisa boa em qualquer idade.
 Corpo que me serve de morada, um templo divino, coisa sagrada.
 Ética, respeito, dedicação, virtudes de um bom cidadão.
 Bom, belo, verdadeiro, um ser humano uníssono por inteiro.
 Boa alimentação, atividade física, bons pensamentos, nobres sentimentos, são benvindos em todos os momentos.
 Som suave, harmonia, meditação, corpo leve que se extasia.
 Sentimento, pensamento, ação, nossa vida em constante evolução.

 José Bento