A minha MÃEZINHA, que só no nome é diminutivo. Mas que pela sua dedicação, doação, perseverança, resistência (e que resistência), paciência, benevolência, caridade, simplicidade, e tantas outras virtudes, superam em muito esse diminutivo.
O nome MÃEZINHA se tornou uma marca registrada, entre eu, e meus irmãos, e nossa MÃEZINHA sempre será nossa rainha.
Minha gratidão pela vida, que devo primeiramente a DEUS, e em segundo lugar a essa mulher com M maiúsculo, que nasceu Dirce Maria, mas popularmente chamada de Dona TITA, que ela seja bendita. Nasceu na fazenda "Das Palmeiras", nos arredores de Araraquara, primogênita de nove irmãos.
Em sua época a prole numerosa era comum, pois os pais necessitavam de muitos filhos para a lida no campo, que enxergavam nessa característica uma solução para o trabalho extasiante de manusear a terra, e os afazeres de casa.
Filha de pai enérgico e autoritário, a obediência sempre era uma frequência, e mesmo já sendo avó, de um simples olhar seu, já entendia, e a ele nunca resistia.
Salva pelo seu avô Inocêncio em tenra idade, (entre três e quatro anos) quando caiu em um tanque de lavar café, que era muito fundo, e não dava pé.
Certa vez, ela e sua irmã Angelina, ao verem uma mulher chegando na fazenda montada em um cavalo, coisa rara na época, começaram a rir pelo uso da calça comprida da amazona, e após sua retirada foi motivo para apanhar do pai de rabo de tatu (rebenque feito de couro trançado), a Angelina fugiu, e a Tita a culpa assumiu.
Quando para o namoro despertou, por um serviçal da fazenda se encantou, sendo que o mesmo a convidou para fugirem, pois seu pai não aceitava o namoro em virtude dele ser mulato, pela proibição do pai a ele teve que renunciar, sendo enviada a uma tia que morava em Marília para ficar longe do mesmo, e evitar qualquer encontro. A ela seu pai lhe falou, que era para aprender novas aptidões domésticas, mas para sua surpresa a tia começou a lhe fazer de serviçal da casa, e a testar sua honestidade, pois deixava propositadamente moedas em baixo da cama, para ver qual sua reação, e ela em sua inocência sempre lhe dizia que tinha encontrado.
Depois de muitas cartas interceptadas pela tia, uma delas chegou a seu pai relatando o acontecido, e o mesmo a trouxe de volta.
Por um novo rapaz que morava na cidade de Araraquara se interessou, e para encontrá-lo suas pernas raspou, um seu irmão ao pai contou, e o mesmo de castigo para sua frustração lhe deixou.
Em um baile de fazenda com meu pai ela se encontrou, o mesmo interessado em encontrá-la novamente pediu para visitá-la na fazenda, e ela aceitou, meu pai querendo impressionar fretou um avião, e bilhetes românticos no ar ele jogou, mas ela disse que nenhum deles encontrou.
Meu avô muito autoritário logo ao meu pai foi dizendo, se é para namorar com intenções de casamento tudo bem, caso contrário procure outra moça porque minha filha não é para passar tempo.
Detentora de uma memória privilegiada em relação a datas de aniversários, lembra o dia do nascimento de cada membro da família, e a todos liga cumprimentando no dia respectivo.
Em contra partida no dia do seu aniversário, o telefone toca o dia todo, sendo cumprimentada por todos também.
Mulher prendada, sempre ao lar foi muito dedicada. Ao esposo e filhos sempre deu grande suporte, para que eles sempre mantivessem seu norte.
Quase tudo sabia fazer com muito amor!, cozinhar, costurar, bordar, confeccionar bolos de casamentos, doces e salgados para membros da família, e também para fora gerando renda extra, confeccionar ramos de palmeiras para serem benzidos no domingo de Ramos, um domingo antes da Pascoa, administrava uma quitanda em frente da casa e tantas outras coisas mais.
Era meu despertador diário quando fiz o tiro de guerra, e graças a ela não tive uma falta sequer.
Me ajudou muito também, quando eu comecei a vender caldo de cana, sempre solicita a raspar as canas. Quando tive carrinhos de lanches, sempre fazia os molhos e ajudava em tudo o que podia, e o que não podia também.
E na época em que tive restaurante macrobiótico, muitos salgados também fez.
Como a gratidão significa, que a energia recebida deve ser devolvida, procurei aqui nesse relato demonstrar uma pequena parte da minha gratidão pela minha MÃEZINHA.
Obrigado Senhor pela mãe que me deste, que ela tenha lauréis de glória por toda a eternidade.
MUITO OBRIGADO MÃEZINHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
De seu filho que muito a estima e ama.
José Bento
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