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domingo, 25 de agosto de 2013

EDUQUE SEUS FILHOS PARA QUE ELES VALORIZEM O QUE REALMENTE TEM VALOR

 A mente humana é simultaneamente a fonte, e se orientada de forma apropriada, é a solução de todos os nossos problemas.
 Os que adquirem grande erudição, mas não têm bom coração, correm o risco de serem atormentados por ansiedades e inquietações, que resultam de desejos que não podem ser realizados.
 Inversamente, a compreensão genuína dos valores espirituais têm o efeito oposto.
 Quando educamos nossas crianças para adquirirem conhecimentos sem compaixão, é muito provável que sua atitude para com os outros, venha a ser uma combinação de inveja, daqueles que ocupam posições superiores às suas, competividade agressiva para com seus pares, e desdém pelos afortunados, o que leva a uma propensão para a ganância, para a presunção, para os excessos, e muito rapidamente à perda da felicidade.
 Conhecimento é importante. Muito mais, porém, é o uso que lhe damos.
 Isso depende do coração, e da mente de quem o usa.
 Educação é muito mais do que, transmitir conhecimentos e habilidades por meio dos quais, se atingem objetivos limitados. E também abrir os olhos das crianças, para as necessidades e direitos dos outros.  Precisamos mostrar às crianças, que suas ações têm uma dimensão universal.
 E precisamos encontrar uma forma de estimular seus sentimentos naturais de empatia, para que venham a ter uma noção de responsabilidade em relação aos outros.
 Pois é isso, o que nos motiva a agir. Se tivéssemos de escolher entre conhecimento e virtude, a última, seria sem dúvida a melhor escolha, pois é mais valiosa.
 O bom coração, que é fruto da virtude, é por si só um grande benefício para a humanidade. O mero conhecimento não.
 Como, porém, ensinar princípios morais às nossas crianças? Tenho a impressão de que, em geral, os sistemas educacionais modernos, negligenciam a discussão de questões éticas. Isso provavelmente não é intencional, mas um subproduto da realidade histórica.
 Os sistemas educacionais seculares foram desenvolvidos, numa época em que as instituições religiosas ainda exerciam grande influência em toda a sociedade. Como os valores éticos e humanos eram, e ainda são vistos como pertencentes à esfera da religião, presumiu-se que esse aspecto da educação infantil, seria atendido durante a sua formação religiosa. E isso funcionou bem até a influência da religião começar a declinar.
 Embora ainda exista a necessidade, não está sendo atendida. Portanto temos de encontrar outra forma de mostrar às crianças, que os valores humanos fundamentais são importantes. E também ajudá-las a desenvolver esses valores.
 É claro que, em última análise, não se aprende a importância da consideração pelos outros, através de palavra, mas através de ações: do exemplo que se dá. Por essa razão, o ambiente familiar é um componente fundamental na educação de uma criança. Quando não há uma atmosfera afetuosa em casa, quando os filhos sofrem com o descaso dos pais, é fácil reconhecer os prejuízos. As crianças sentem-se indefesas e inseguras, e apresentam sintomas de mente agitada.
 Ao contrário, quando recebem afeição e proteção constantes, mostram-se muito mais felizes e confiantes em suas aptidões.
 Sua saúde física também costuma ser melhor. E nota-se que se preocupam não apenas consigo mesmas, mas também com os outros.
 O ambiente familiar é também importante, porque as crianças aprendem com os pais a incorporar um comportamento negativo. Se por exemplo, o pai está sempre brigando com as pessoas com quem trabalha, se pai e mãe estão sempre discutindo de maneira agressiva, a princípio a criança pode até não gostar, mas acaba considerando aquilo normal. Este aprendizado é em seguida levado de casa para o mundo externo.
 Também não é preciso dizer que, aquilo que as crianças aprendem sobre conduta ética na escola, deve antes de tudo ser praticado. Quanto a isso, os professores têm uma responsabilidade especial. Seu próprio comportamento, pode fazer as crianças lembrarem-se deles pelo resto da vida.
 Se esse comportamento é integro, disciplinado e bondoso, seus valores ficarão gravados na mente das crianças, com repercussões em seu comportamento. Porque as lições ensinadas por um professor, com uma motivação positiva (Kun long), cujas palavras correspondem ao seu modo de agir, penetram mais fundo na mente do aluno.
 Sei disso por experiência própria. Quando menino, era muito preguiçoso. Mas se percebia afeição e dedicação em meus mestres, suas lições geralmente calavam mais fundo, e com muito mais sucesso, do que nos dias em que algum deles demonstravam aspereza, ou insensibilidade.
 No que se refere aos aspectos específicos da educação, deixo a questão para os especialistas. Vou limitar-me, portanto, a algumas poucas sugestões.
 A primeira é que, se quisermos despertar a consciência dos jovens para a importância dos valores humanos fundamentais, é melhor não apresentar os problemas da sociedade atual, como uma questão meramente ética e religiosa.
 É importante destacar, que o que está em jogo é a manutenção de nossa sobre vivência. Dessa forma, passarão a sentir que o futuro está em suas mãos.
 Em segundo lugar, acredito que o diálogo pode, e deve ser ensinado em sala de aula. Apresentar aos alunos um assunto controvertido, e estimular o debate entre eles, é uma excelente maneira de introduzi-los ao conceito de resolução não violenta de conflitos. Na realidade seria muito bom, se as escolas fizessem desse tipo de diálogo uma prioridade, pois isso traria benefícios para a própria vida familiar.
 Ao ver os pais brigando, uma criança que compreendesse o valor do diálogo diria instintivamente: "Não, não é assim que se faz, vocês têm que conversar, discutir as coisas da maneira certa".
 Finalmente, é imprescindível eliminar dos nossos currículos escolares, qualquer tendência para apresentar aos outros sob uma ótica negativa. Existem alguns lugares do mundo em que o ensino de História, por exemplo, promove o fanatismo, e o racismo contra outras comunidades. O que está errado. Não contribui em nada para o bem da humanidade.
 Hoje, mais do que nunca, precisamos mostrar às nossas crianças que as distinções entre "meu país" e "seu país", "minha religião" e "sua religião" são secundárias. Antes de tudo, precisamos afirmar com insistência, que meu direito à felicidade, não têm mais peso do que o direito do outro.
 O que não significa, que as crianças devam abandonar, ou ignorar a cultura e a tradição histórica do lugar em que nasceram. Pelo contrário, é muito importante que sejam instruídas nesses fundamentos, para que aprendam a amar seu país, sua religião, e sua cultura.
 O perigo é quando isso evolui para um nacionalismo estreito, para a etnocentrismo, e para a intolerância religiosa. O exemplo do Mahatma Gandhi é pertinente aqui. Mesmo tendo recebido uma educação ocidental de alto nível, nunca esqueceu, ou se afastou da rica herança de sua cultura indiana.
 Se a educação é uma de nossas armas mais poderosas, na campanha para um mundo melhor, e mais pacífico, os meios de comunicação de massa, a mídia, são outra.
 Todos os personagens políticos, sabem que hoje, não são mais os únicos com autoridade na sociedade.
 Além da influência dos jornais e livros, o rádio, o cinema, e a televisão juntos, exercem sobre as pessoas uma influência que seria inimaginável há cem anos. Este enorme poder, confere grande responsabilidade a todos os que trabalham no setor. Mas também confere grande responsabilidade a cada um de nós que, como indivíduos, escutamos, lemos e assistimos. Nós também temos um papel a desempenhar. Não somos impotentes diante da mídia.
 Afinal de contas, os botões de controle ficam em nossas mãos.
 Não estou defendendo aqui noticiários contidos, ou distrações insípidas. Ao contrário, no que se refere ao jornalismo investigativo, respeito e aprecio a intervenção da mídia. Nem todos os funcionários dos governos são honestos ao cumprir os seus deveres. É muito conveniente portanto, que existam jornalistas com narizes tão compridos quanto trombas de elefante, bisbilhotando tudo e revelando as transgressões que encontrarem.
 Precisamos saber, quando e como, essa ou aquela pessoa famosa esconde um aspecto desconhecido por trás de uma aparência agradável.
 Não deve haver discrepância entre a aparência externa, e a vida interior de uma pessoa. É a mesma pessoa, afinal. As discrepâncias insinuam que não são confiáveis. Ao mesmo tempo, é crucial que os motivos de quem investiga sejam dignos.
 O máximo possível de imparcialidade, e o respeito pelos direitos do outro são indispensáveis, para não desvirtuar a investigação.
 Com relação ao destaque dado pelos meios de comunicação, ao sexo, e à violência, há muitos fatores a considerar. Em primeiro lugar, é evidente que grande parte do público gosta de sensações provocadas por esse tipo de tema. Em segundo, duvido muito que os que produzem todo esse material, contendo muito sexo explícito e violência tenham a intenção de prejudicar. Seus motivos são com certeza, apenas comerciais.
 Se isso é positivo, ou negativo, importa menos na minha opinião do que se têm, ou não consequências éticas saudáveis.
 Se assistir a um filme violento desperta o sentimento de compaixão em quem o assiste, talvez aquela representação da violência se justifique. Se o acúmulo de imagens violentas acaba levando à indiferença ante o sofrimento, porém, acho que não é recomendável. Endurecer o coração assim é potencialmente perigoso. Leva facilmente à falta de empatia.
 Quando os meios de comunicação se concentram demasiado nos aspectos negativos da natureza humana, há o perigo de nos persuadirem que a violência e a agressividade, são as principais características do homem.
 Creio que essa conclusão é um equívoco. O fato de a violência ter tanto valor como notícia, sugere exatamente o oposto. As notícias positivas não chamam tanto a atenção porque há um excesso de notícias positivas. Num determinado momento deve haver seguramente milhões de atos de bondade acontecendo no mundo inteiro. Há sem dúvida muitos atos de violência sendo cometidos ao mesmo tempo, mas em número muito menor. Em consequência, se a mídia quiser ser eticamente responsável, deve refletir sobre este simples fato.
 É claramente necessário que os meios de comunicação sejam regulamentados. O fato de impedirmos nossas crianças de assistirem a certas coisas, indica que já fazemos distinção entre o que é, e o que não é apropriado de acordo com diferentes circunstâncias. Entretanto, é difícil saber se a legislação é o melhor caminho para resolver este problema.. Em todas as questões de ética, a disciplina só é realmente eficaz quando vem de dentro.
 Talvez a melhor maneira de nos assegurarmos de que aquilo, que os meios de comunicação produzem é saudável esteja na maneira de como educamos nossas crianças.
 Se forem educadas para serem conscientes de suas responsabilidades, serão mais disciplinadas em seu contato com a mídia.
 Talvez seja esperar demais, que os meios de comunicação promovam os ideais, e os princípios da compaixão, mas ao menos podemos desejar que os profissionais desta área tenham cuidado, quando houver potencial para impactos negativos. Que não haja lugar para o estímulo a atos negativos, como os de violência racial. Além disso não sei dizer.
 Talvez pudéssemos encontrar uma forma de ligar mais diretamente, os que criam histórias para o setor de entretenimento e notícias com o espectador, o leitor, ou o ouvinte.

 Dalai Lama






sábado, 24 de agosto de 2013

É UM LINDO DIA, E EU NÃO POSSO VÊ-LO

VOCÊ AMA O QUE FAZ?

 " A única maneira de fazer um excelente trabalho, é amar o que você faz ".  (Steve Jobs)
 Seguindo esse pensamento, creio que quando encarnamos aqui na terra, nos comprometemos com a divindade superior de algum trabalho, que em algum plano antes fomos relapsos, e não tivemos a consciência de executá-lo com amor, com um constante e contínuo aperfeiçoamento, para estarmos em uma plenitude de que esse trabalho seria uma extensão do nosso ser, e o nosso ser naquela oportunidade deveria ser esse trabalho. 
 Uma simbiose dessas duas coisas, nosso ser e o trabalho.
 Assinamos um contrato de por esse respectivo trabalho em prática, ficou tudo sacramentado; então vamos a ação.
 Nascemos sob três condições:
 1ª - Lembramos do referido contrato assinado, desse respectivo trabalho.
 2ª - Nos esquecemos do contrato.
 3ª - Assinamos, e nos arrependemos do contrato.
 
 Na primeira condição, escolhem seu pai e sua mãe, ambos saudáveis e capazes de gerarem sem complicações; nascem de bem com a vida, no parto nem choram, já começam a sorrir, ficam até ansiosos para logo colocar em prática esse trabalho.
 Cólicas nem pensar, já querem logo falar, para começar a traçar seus planos, começam a andar rapidinho para colocar em prática esses planos.
 Tornam-se crianças que a todos cativam, deixam muitos familiares e conhecidos de boca aberta, falam coisas com seus amiguinhos invisíveis, podendo ser eles anjos, gnomos, ou outro ser protetor, que os ajudam a não esquecer do referido contrato.
 Na escola, quando o professor(a) esta falando sobre alguma coisa, que já está bem clara na sua sabedoria latente; pensa: esse professor(a) esta por fora, quero saber de coisas novas para encurtar o tempo, de realizar o meu trabalho.
 Suas maneiras de tratar o próximo são sempre cordiais, pois sabem que mesmo que essas pessoas não lhes entendam, estão na escala compatível com a sua evolução.
 Muitas vezes, seus estudos e pesquisas são solitários, para dar possibilidades das manifestações intuitivas divinas, que a lembram: você está no caminho certo, qualquer dúvida é só acessar novamente.
 Seguindo essas orientações, as coisas vão tendo um fluxo de acordo com o contrato assinado.
 Aparecendo então, aqueles pais, aquelas mães de famílias exemplares; aqueles profissionais que são só elogiados por seus amigos e colegas.
 Aqueles cidadãos que fazem a diferença onde vivem, pelos laços fraternos, pela sua cordialidade, pela sua espontaneidade, pela sua inovação de querer viver em um mundo melhor, e deixá-lo melhor ainda para seus descendentes.
 Aquela pessoa, que comparada aos corruptos do poder, e da sociedade em geral, que estabelecem o seu preço em relações a qualquer oportunidades que aparecerem; essa pessoa altruísta, humanitária, solidária com a energia da beleza, da bondade, e da verdade, não tem preço.
 Pessoas com esses perfis, podem e realizam, não só um excelente trabalho, mas muitas vezes até extraordinários e geniais.

 Na segunda condição, os que esquecem o contrato assinado; escolhem nascer de pais, que talvez nem vão chegar a conhecer fisicamente, talvez pela morte de um, ou do outro, ou mesmo de pais que acabam se separando, as vezes passam por uma gravidez complicada, mas enfim chegam a este mundo com um surto de amnésia, vivem pulando de galho em galho, sempre indecisos, começam a estudar sem nenhum afinco.
 Iniciam uma faculdade; muitas vezes desistem no meio do curso, outras até concluem, mas acabam por fazer outra coisa; sendo que tiraram a oportunidade de outras pessoas que queriam seguir essa profissão.
 Entre erros e acertos acabam se encontrando, uns podem conseguir lampejos de luz, graças a vontade do Divino Criador em querer lhe acordar do seu sono, e descobrir coisas extraordinárias, as vezes até maiores que os que estiverem na primeira condição, outros vivem marcando ponto no dia a dia, executando trabalhos sem muitas pretensões, como se do mesmo fizesse parte apenas a sua estrutura bruta, que o acabamento final, que seria como uma cópia da verdadeira arte de fazer a diferença não tivesse a mínima importância, passam aqui na terra em brancas nuvens, esperando a morte chegar.
 E quando acordam da vida terrena, que não aproveitaram a oportunidade que tiveram, voltam novamente ao final da fila, para quem sabe dessa vez virem despertos.

 Agora os da terceira condição estão mais complicados, assinaram o cheque e pediram ao banco para sustá-lo.
 Para início de conversa já estão esperneando, na hora de escolher seu pai, e sua mãe, aí dizem: esse pai é feio, pobre, requenguela, muito chato, não quero não, o outro fala esse aí é cheio de vícios, fuma, bebe, joga, o outro então diz: "tô fora", um pai ladrão, estuprador, assassino, político, passa esse pai para o outro atrás de mim dessa fila.
 Pensaram que as mães estavam de fora, só esperando o circo pegar fogo, se enganaram.
 Não adianta ficar chorando, choramingando, fazendo cena de novela, dramatizando e outras coisas mais do mundo feminino.
 Mesmo se arrependendo do contrato assinado, a fila lá em cima esta grande.
 Aí vem as afirmações dos candidatos(as): uma mãe que já abortou inúmeras vezes; já estou indo contra vontade, e acabo nem chegando lá, preciso reler esse contrato, acho que nem foi registrado em cartório, se não foi estou livre dessa. Outro candidato(a): uma mãe prostituta, que fuma, bebe; deixe-me rever o contrato, ainda bem que tem essa multa de desistência, prefiro pagar essa multa do que entrar nesse barco furado. O outro(a) então: uma mãe cheia de silicone nos seios, quando eu for mamar não tem leite, só coisa química, vou morrer cedo, pensando bem acho que vou ficar por aqui mesmo, até as coisas lá melhorarem.
 Como a fila lá em cima está muito grande, e as tribulações ainda maiores, foi requerido o despejo de muitos mal intencionados, que não tiveram saída e aceitaram mesmo contra a sua vontade, e aí estão chegando.
 Viemos só para contrariar ( esse é o nosso lema ).
 Somos rebeldes, revoltados, usamos drogas, adoramos funk, traficamos pessoas, armas, drogas.  Fabricamos tudo da pior qualidade, com profissionais mal humorados, que detestam o serviço que fazem, desejando a todos vocês: usem nossos produtos, descartem logo, poluam o mais que puderem, para poder contaminar tudo o que puderem.
 E sejam infelizes para sempre.
 " É nóis na fita ".

 José Bento
 
 
 
 
 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

AS FACES FRÁGEIS DA IDENTIDADE

 A noção de pessoa inclui a imagem que temos de nós mesmos.
 A ideia da nossa identidade, do nosso status na vida, está profundamente enraizada em nossa mente, e influencia de modo constante as nossas relações com os outros.
 A menor palavra, que ameace a imagem que temos de nós mesmos é intolerável, mesmo que não tenhamos o menor problema em ver qualitativo idêntico aplicado a outra pessoa, em circunstâncias diferentes.
 Se você grita insultos, ou bajulações na direção de um rochedo, as palavras ecoam de volta a você, que em nada te afeta com isso.
 Mas se outra pessoa o insulta com as mesmas palavras, isso lhe traz uma perturbação profunda...
 Se temos uma imagem forte de nós mesmos, tentaremos nos assegurar de que ela seja reconhecida e aceita.
 Nada é mais doloroso do que vê-la posta em dúvida. Mas que valor tem essa identidade?
 É interessante lembrar que a palavra "personalidade" vem de persona, que significa "máscara" em latim. A máscara através da qual (per) a voz do ator faz ressoar (sonat) sua fala. Mas enquanto o ator sabe que usa uma máscara, nos costumamos esquecer de separar entre o papel que desempenhamos na sociedade, e a nossa verdadeira natureza.
 Se nos acontece de ter a experiência de encontrar, em países longínquos, pessoas em condições mais ou menos difíceis como uma caminhada na montanha, uma travessia pelo mar, sentimos que nesses dias de aventura partilhada, tudo o que importa é que elas são nossas companheiras de viagem, tendo como bagagem somente as qualidades, e os defeitos que manifestam ao longo das peripécias conjuntamente vividas. Pouco importa "quem" elas são, a profissão que exercem, a importância da fortuna que possuem, ou a posição que ocupam na sociedade.
 No entanto, se depois da aventura esses companheiros se reencontram, a espontaneidade muitas vezes desaparece, porque todos recolocam a sua "máscara", endossam o seu papel, e o seu status social de pai de família, pintor de paredes, ou dono de indústria.
 O encanto se rompe, desaparece a espontaneidade. Essa profusão de etiquetas e rótulos distorce os relacionamentos humanos porque, em vez de vivermos os acontecimentos de forma mais sincera possível, comportamo-nos com afetação (falta de naturalidade, fingimento, simulação, falsidade) para preservar a nossa imagem.
 Em geral, temos de lidar com o mundo sem pontos de referência, e somos acometidos por vertigens sempre que as máscaras, e os epítetos (qualificações) desabam.
 Se não sou mais músico, escritor, funcionário, educado, bonito ou forte, quem sou eu? No entanto, não portar nenhum rótulo é a melhor garantia de liberdade, e a maneira mais flexível, leve e alegre de passar por este mundo.
 Recusar-se a ser vítima da impostura do ego, não nos impede em nada de nutrir uma potente determinação em atingir os objetivos, que definimos para nós mesmos, e de usufruir a cada instante da riqueza das nossas relações com o mundo e os seres. O efeito, na realidade, é justamente o oposto.

                                                ATRAVÉS DO MURO INVISÍVEL
 Como posso utilizar essa análise, que vai na direção contrária à das concepções, e dos pressupostos ocidentais? Até agora, bem ou mal, funcionei com essa ideia, ainda que vaga, de que existe um eu central. Em que medida, essa compreensão da natureza ilusória do ego me coloca, diante do risco de mudar as relações com a minha família, e com o mundo ao meu redor? Uma virada de 180 graus como essa não seria desestabilizadora, perturbadora?
 A essas perguntas pode-se responder: a experiência mostra que essa virada só fará bem a você.
 De fato, quando o ego predomina, a mente é como um pássaro que se fere ao chocar-se contra uma vidraça, a da crença nesse ego, confinando nosso universo a limites muito estreitos. Perplexa e atordoada pela barreira, a mente não sabe como atravessá-la. Essa barreira é invisível porque não tem existência verdadeira, não passa de um construtor da mente.
 No entanto, funciona como um muro ao fragmentar o nosso mundo interior, e interromper o fluxo do nosso altruísmo, e da nossa alegria de viver. Se não tivéssemos fabricado o vidro do ego, esse muro não existiria, e não teria nenhuma razão de ser.
 O apego ao ego está ligado aos sofrimentos que sentimos, e aos que infligimos aos outros.
 Abandonar a fixação na nossa imagem pessoal, e deixar de dar tanta importância ao ego significa ganhar uma enorme liberdade interior. Isso permite que abordemos todos os seres, e todas as situações com naturalidade, benevolência, força de espírito e serenidade.
 Não esperando ganhar, e sem o temor de perder, somos livres para dar e receber. Não há mais o menor motivo para pensar, falar ou agir de maneira afetada, egoísta, ou inapropriada.
 Agarrando-nos ao confinado universo do ego, temos a tendência a nos preocupar unicamente conosco. A menor contrariedade nos perturba, e nos desencoraja. Somos obcecados pelos nossos sucessos, nossas derrotas, nossas esperanças, e nossas inquietudes, sendo assim quase impossível alcançar a felicidade.
 O mundo estreito do ego é como um copo d'água, em que jogamos uma pitada de sal: a água se torna impossível de beber.
 Se, por outro lado, rompemos as barreiras do ego, e a mente se torna como um grande lago, a mesma pitada de sal, não altera o seu sabor em absolutamente nada.
 Quando o ego deixa de ser considerado como a coisa mais importante do mundo, é muito mais fácil sentirmos interesse por outras pessoas. Perceber os sofrimentos dos outros, redobra a nossa coragem e determinação para trabalharmos para o bem deles.
 Se o ego constituísse realmente a nossa essência profunda, seria fácil compreender a nossa inquietação diante da ideia de nos livrarmos dele. Mas se ele não é outra coisa senão ilusão, libertar-se do ego não é extirpar o coração do nosso ser, mas simplesmente abrir os olhos.
 Assim, vale a pena dedicar alguns momentos da nossa existência, para deixar a mente repousar na calma interior, isso permitirá que compreendamos melhor, por meio da análise e da experiência direta, o lugar que o ego ocupa na nossa vida.
 Enquanto o sentimento de que o ego é importante detiver as rédeas do nosso ser, jamais conheceremos uma paz duradoura.
 A própria fonte da dor permanecerá intacta no mais profundo de nós, e nos privará da mais essencial das liberdades.

 Trecho do livro: Felicidade A prática do Bem Estar

domingo, 18 de agosto de 2013

CONHECIMENTO X SABEDORIA - QUAL É MAIS IMPORTANTE PARA VOCÊ?

 O conhecimento nos proporciona um grande aprendizado, desde os primeiros contatos com as letras e números, com o que começamos a formular palavras, frases, e a dinâmica da escrita e leitura, como também as contas matemáticas, para futuramente escolhermos uma profissão; na tecnologia para manipular máquinas, no domínio de um novo idioma, nas leis de trânsito para conseguirmos a habilitação para dirigirmos veículos automotores, e tantas outras coisas que necessitamos para conviver com o meio que nos cerca.
 O conhecimento de cada um se deve ao esforço de querer estudar, e aprender alguma coisa, que futuramente talvez não valha nada, no mundo relativo que vivemos.
 Exemplo disso tínhamos o entendimento de que a terra era o centro de todos os planetas, mas depois das descobertas do matemático e astrônomo polonês Nicolau Copérnico, que na verdade era o sol o centro de todos eles, e o aprimoramento dessa tese pelo gênio italiano Galileu Galilei, físico, astrônomo e matemático, com um QI de 240, sendo que o QI de 140 já é considerado genial; Galileu Galilei condenado pela igreja católica durante a idade média em plena inquisição, e em 1.983, (341 anos depois) foi absolvido por essa mesma igreja.
 Isso nos interioriza a repensar no conhecimento como a ( MAIÊUTICA SOCRÁTICA ).
 Como a mãe de Sócrates era a parteira Fanerete, ele fez uma analogia do conhecimento como ele sendo um novo parto, um novo dar a luz, uma nova possibilidade de ser entendido.
 Primeiro, ele levava seus discípulos e inter locutores a duvidar do seu próprio conhecimento.
 Segundo, levava-os a conceber dentro de si mesmos, uma nova ideia, uma nova opinião sobre o assunto em questão.
 Em suma, que o conhecimento é latente na mente de todo ser humano.
 Infelizmente por querer ajudar pessoas a terem pensamentos livres, foi perseguido, e acabou sendo obrigado a ingerir cicuta, um veneno mortal.
 Já Platão, que nasceu com o nome de Aristócles, e antes de ser filósofo, e discípulo de Sócrates, foi um exímio lutador, e pelo seu porte físico ganhou o nome de Platão ( do grego plato, que significa plano, e também do largo e amplo ), concebeu o ( MUNDO DAS IDÉIAS ), onde imaginava que todo conhecimento estava nesse mundo, que era só o ser humano ter a liberação da censura, sensibilidade, paciência, percepção, que ele teria acesso a esse mundo, e adquiriria qualquer conhecimento que quisesse.
 Partindo da premissa desses dois grandes filósofos, podemos entender que o ser humano é a medida do universo, o uno Socrático ao todo de Platão.
 Da máxima de Hermes Trismegistos: " O que está em cima é o que está embaixo. E o que está em baixo, é como está em cima ".
 Me sinto um ser privilegiado pela época em que estudei, aonde tive a oportunidade de ter no currículo escolar: filosofia, caligrafia, educação moral e cívica, canto orfeônico, desenho, francês, que saudades dessa época.
 Hoje em dia pela interferência das forças ocultas, forças essas que muito falava o então presidente Jânio da Silva Quadros, foi sendo depauperada toda a grade curricular, para as massas serem manipuladas com maior facilidade, sem quase nenhum questionamento, voltando na época antiga de Roma onde a dinâmica era " Dai pão e arena, e governai tranquilo ". Hoje é " Dai bolsa família, bolsa maternidade, bolsa isso, bolsa aquilo, carnaval, futebol, e tantas quinquilharias, que o povo fica calminho, calminho.
 Hoje também, a mídia, principalmente as redes de televisão são formadoras de opinião pública, manipulando principalmente através das novelas, (onde o menosprezo com a inteligência humana, na qual se pressupõe um índice de idade, que seria para pessoas de faixa etária de dez anos).
 Essas novelas sempre explorando temas como: intrigas, homossexualismo, vilões, energias malignas, temas esses sempre fazendo apologia a negação do bem.
 Pois o bem elevaria a auto estima das pessoas, seu bem estar, sua qualidade de vida.
 Já a sabedoria é uma energia invisível, que chega até nós por meio de anjos, arcanjos, avatares, mentores espirituais, intuições, sonhos, enfim toda energia do BEM, emanadas de DEUS.
 A sabedoria independe do grau de instrução, de credos, de raças, de classes sociais, enfim de qualquer estado em que se encontre o ser humano.
 Ela pode ser manifestada em um matuto do campo, pela sua observação das leis da natureza, das fases da lua, em que ele pode cortar um bambu, um cabo de enxada, uma arvore para fazer alguma construção, a colheita de cereais, legumes, verduras, frutas, ervas medicinais, pelas posições das estrelas, pelos ventos, pelos coachos dos anfíbios, indicando se vai chover ou não, pelas plantas que nascem no entorno em que ele vive, indicando que ele está padecendo de algum mal, e esta planta é um balsamo para sua cura.
 Segundo Orlando Vilas Boas, sertanista indígena, sempre quando teve um contato inicial com alguma tribo indígena, sempre era o índio, que aprendia nossa língua primeiro, e não vice versa; prova de sabedoria!
 Minha avó paterna era analfabeta, entretanto sabia falar três idiomas: espanhol, francês e português; prova de sabedoria!
 Uma mãe que tem a intuição de algum mal, que possa acontecer a um filho, quando ele quer ir em algum lugar; prova de sabedoria!
 O sonho que teve um seleto pretendente da viagem inaugural do navio Titanic, onde o mesmo já tinha comprado a passagem, e teve um sonho que o navio ia afundar, foi até a empresa de navegação, e relatou o sonho, sendo ridicularizado, e recebendo a resposta de que o navio era infundavel, voltou para casa e novamente teve o mesmo sonho, voltou de novo a empresa, e disse que seus sonhos costumavam ser verídicos, no que novamente não foi ouvido, e assim o mesmo sonho aconteceu pela terceira vez, ele foi até a empresa e cancelou a passagem, e salvou sua vida; prova de sabedoria!
 O conhecimento sempre pode ter uma nova versão, no entanto a sabedoria é incisiva, e não pode ser questionada, ela é o que é, plena e verdadeira.
 Só o conhecimento torna o ser humano livre!

 " Realmente o conhecimento torna o ser humano livre, porém só a sabedoria sabe o que fazer com essa liberdade "
                                                                                                                 José Bento Rodrigues Garcia

 José Bento

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

domingo, 11 de agosto de 2013

O QUE É SER PAI?

  Todo pai, via de regra também é um filho, e deve ter um comportamento santo.
  Certo?
  Nem tanto.
  Pai afasta de mim esse cale-se.
  Então vou perguntar?
  Somos escolhidos por vocês (filhos), para sermos pai e mãe.
  Sua mãe também nos escolheu instintivamente, porque queria um ser forte, um vencedor.
  Dos milhões de espermatozoides, somos consequência de apenas um, que nosso pai não teve controle de escolher.
  Assim como qualquer atividade profissional, exige um curso para nos capacitar, não tivemos nenhum específico para ser o melhor pai.
  Entre erros e acertos, "como a própria palavra pecado, significa tentar acertar", estamos aqui tentando a cada dia ser um pai melhor.
  Assim, como tivemos que ter paciência, enquanto vocês filhos, não tinham autonomia para beber, comer, fazer suas necessidades fisiológicas, andar, etc, etc e tal, tenham paciência conosco também, porque por enquanto, como mortais que somos, um dia vocês (filhos) também estarão no lugar que estamos hoje.
  Tentemos pois termos uma convivência pacifica, um tentando ajudar o outro, amoldando nossas arestas, polindo nossos comportamentos, tentando captar os melhores pensamentos, vivenciar nobres sentimentos, de amor, alegria, gratidão, nos tornando uma grande união.
  Quem ainda tem pai, curta enquanto puder.
  Quem não tem, curta as boas lembranças, os bons conselhos que eles nos tentaram passar, para sermos seres mais completos, expandir nossas percepções e consciências.
  Que não só hoje, mas todo dia seja um dia de pais e filhos.
  Só o amor constrói, o resto dóiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

  José Bento

sábado, 10 de agosto de 2013

OS VERDADEIROS AMIGOS SE REVELAM PELAS SUAS ATITUDES

 Um homem, seu cavalo, e seu cão, caminhavam por uma estrada. Depois de muito tempo, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo, e seu cão, haviam morrido em um acidente.
 Às vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição... A caminhada era muito longa, com muitas subidas, o sol era forte, e eles ficaram suados, e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água.
 Numa curva do caminho, avistaram um portão todo magnifico, feito de ouro, ao lado uma guarita toda revestida de mármore, e portão adentro existia um caminho forrado de pedras preciosas, que levava a uma fonte de água cristalina.
 O caminhante dirigiu-se a guarita, e avistou um homem que guardava a entrada.
  -Bom dia, ele disse.
  -Bom dia respondeu o vigia.
  -Que lugar é este, tão lindo? Ele perguntou.
  -Isto aqui é o céu, foi a resposta.
  -Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede disse o caminhante.
  -Nós podemos entrar e beber água?
 Respondeu o vigia:
  -O senhor pode entrar e beber à vontade, porém não permitimos a entrada de animais. O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande.
 Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede.
 Assim prosseguiu seu caminho. Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi-aberta.
 A porteira se abria para um caminho de terra, com árvores dos dois lados, que lhe faziam sombra.
 Na sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo.
  -Bom dia disse o caminhante.
  -Bom dia disse o homem.
  -Estamos com muita sede, eu, meu cavalo, e meu cão.
 O homem respondeu:
  -Há uma fonte naquelas pedras, indicou o caminho, e disse: podem beber á vontade.
 Eles foram até a fonte e mataram a sede.
  -Muito obrigado, ele disse ao sair.
  -Voltem quando quiserem, respondeu o homem.
  -A propósito, disse o caminhante, qual é o nome deste lugar?
  -Céu, respondeu o homem.
  -Céu?
 Mas um vigia, que fica em uma guarita de mármore na estrada que passamos antes daqui, me disse que lá era o céu!
  -Aquilo não é o céu, e sim o inferno.
 O caminhante ficou perplexo.
  -Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões.
  -De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, ele nos ajuda a fazer um grande favor.
  -Por que? perguntou o recém chegado.
 O homem respondeu:
  -Porque lá ficam todos aqueles, que são capazes de abandonar seus melhores amigos...