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sábado, 29 de agosto de 2015
O CÉU, E O INFERNO
Conta-se, que um samuraí, grande e forte, conhecido pela sua índole violenta, foi procurar um sãbio monge,em busca de respostas para suas dúvidas.
-Monge, disse o samuraí com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o CÉU, e o INFERNO.
O monge, de pequena estatura, e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro, e simulando desprezo, lhe disse:
-Eu, não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu mau cheiro é insuportável.
-Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada.
Você, é uma vergonha para sua classe.
O samuraí ficou enfurecido.
O sangue lhe subiu ao rosto, e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva.
Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça, e se preparou para decapitar o monge.
-"Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente.
O samuraí ficou imóvel.
A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara.
Afinal, arriscou a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno.
O bravo guerreiro, abaixou lentamente a espada, e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento.
O velho sábio continuou em silêncio.
Passado algum tempo, o samuraí, já com intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge, que lhe perdoasse o gesto infeliz.
Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou:
-"Aí começa o céu".
Para nós, resta a importante lição sobre o céu, e o inferno, que podemos construir na própria intimidade.
Tanto o céu, quanto o inferno, são estados d'alma, que nós próprios elegemos no nosso dia a dia.
A cada instante, somos convidados a tomar decisões, que definirão o início do céu, ou o começo do inferno.
É, como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas, e materiais de primeiros socorros.
Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la e lançar mão de qualquer objeto do seu interior.
Assim, quando alguém nos ofende, podemos erguer o martelo da ira, ou usar o bálsamo da tolerância.
Visitados pela calúnia, podemos usar o machado do revide, ou a gaze da autoconfiança.
Quando a injúria bater em nossa porta, podemos usar o aguilhão da vingança, ou o óleo do perdão.
Diante da enfermidade inesperada, podemos lançar mão do ácido dissolvente da revolta, ou empunhar o escudo da confiança.
Ante a partida de um ente caro, nos braços da morte inevitável, podemos optar pelo punhal do desespero, ou pela chave da resignação.
Enfim, surpreendidos pelas mais diversas, e infelizes situações, poderemos sempre optar por abrir abismos de incompreensão, ou estender a ponte do diálogo, que nos possibilite uma solução feliz.
A decisão, depende sempre de nós mesmos.
Somente da nossa vontade, dependerá o nosso estado íntimo.
Portanto, criar céus, ou infernos, portas adentro da nossa alma,é algo que ninguém poderá fazer por nós.
Sua vontade é soberana.
Sua intimidade é um santuário, do qual só você possui a chave.
Preservá-la das investidas das sombras, e abri-la para que o sol possa iluminá-la, só depende de você.
Pense nisso!
Autor anônimo
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