Comecei a chama-la de catatau, por seu corpo pequenino, porém uma forma carinhosa para uma criança, que eu gosto muito, amo, estimo e tenho muito mimo.
Criança esperta, que também inocência em mim desperta.
Vivacidade em tenra idade me proporciona muita felicidade.
Nossas brincadeiras vou guardar pela vida inteira.
A última que ela me apresentou diz o seguinte:
"Você bate no peito e diz peito, depois com dois dedos estrala, e na sequência com as palmas das mãos bate, ficando assim; peito, estrala, e bate, na sequência você diz pepeito, estrala, e bate novamente, repete o estrofe outra vez, porém no final você não bate as palmas das mãos, simplesmente diz psiu, encostando um dedo na boca.
Depois que ela me ensinou a sequência da brincadeira disse, olha agora a mestra fazendo, e numa graciosidade e ligeireza, você fica encantado."
Delicada e carinhosa, deixando muitas vezes transparecer, a índole de ser manhosa.
Seu rosto angelical, nos transporta para a vida de sem nenhum mal.
Passeando com o avô, enquanto o mesmo, alguma coisa foi comprar, dentro do carro ela ficou, num dia de muito calor com sede se deparou, e observando um senhor com uma mesa na calçada tomando cerveja, disse sem nenhum constrangimento, velho estou com sede, eu qué suco velho, eu qué suco velhoooo!!!!!!!!!!!!
Na inocência e simplicidade da pouca idade, por uma grande fatalidade de seu pai se separou, quando cheguei ao velório em minha mão ela segurou, e como se estivesse em uma festa, talvez por ainda não entender o acontecido, diante de seu corpo ela me encaminhou dizendo, ele está aqui, e saltitando saiu correndo para brincar com outras crianças.
Logo que temos algum entendimento da vida, uma das únicas certezas que temos é que um dia, vamos ter a nossa transição, não sabemos o dia, o local, nem a hora, porém por medo, ou por não querer lidar com essa realidade, nos afastamos dos questionamentos da vida e da morte.
Talvez para uma criança ainda, com sua pureza, não contaminada pelo mundo dos adultos, nos encaminha para reflexões, porque fortalecemos nosso ego do apego de pessoas queridas, nosso contrato de vida termina, e queremos continuar, talvez para uma criança a libertação do corpo, deixando o espírito livre seja um momento de alegria, de festa, reflitamos a respeito.
O que não queremos enfrentar em nós mesmos, encontramos como destino.
Alegria e tristeza, porém a vida continua com toda certeza.
08/06/2.013
José Bento
muito lindo... parabéns Zé
ResponderExcluir