No ano de 1.956, minha mãe fez minha matrícula no "Grupo Escolar Florestano Libutti", escola essa localizada na avenida São José, 905, no bairro do Carmo, na cidade de Araraquara, interior do estado de São Paulo, sendo que até hoje essa escola funciona no mesmo local.
Eu morava com meus pais, em uma casa que pertencia aos meus avós maternos, nessa mesma avenida da escola, a distância de meia quadra da mesma.
No primeiro dia de aula, pela manhã, minha mãe me levou até a escola, e voltou para casa.
Até hoje, ainda não sei o porque, talvez por medo de ficar longe de minha mãe, mas depois de pouco tempo de eu estar na classe, eis que levanto da carteira, saio da sala, e comecei a correr, sai da escola, e ia indo em direção a minha casa, quando estava quase chegando, o inspetor de alunos senhor Dionísio me segurou pela camisa, e perguntou aonde eu morava, quando disse, ele bateu palma em minha casa, e citou o ocorrido a minha mãe.
Voltamos para a escola, eu, minha mãe, e o inspetor, após uma conversa de minha mãe com a diretora, ela aconselhou minha mãe ficar na porta da classe, e o que uma mãe não faz por um filho, lá ficou ela até o final da aula, mais de 2 horas esperando, que paciência hein !!!.
Naquela época, o grupo escolar tinha 4 anos de duração, minha primeira professora durante os 2 primeiros anos se chamava Eunice Ramos de Godoy, uma mulher que se maquiava muito, tinha o cabelo todo armado, e muito brava por sinal, qualquer erro dos alunos, ela dava um beliscão, eu nunca ganhei nenhum, porém era muito competente e exigente.
Ao contrário de hoje, que muitos professores tem medo dos alunos, e são até ameaçados por eles.
No terceiro e quarto ano, já foi outra professora muito mais calma, e se chamava Lurdes Negrini.
Naquela época o ensino era muito bom, a matemática de hoje se chamava aritmética, o português era linguagem, também tinha geografia, história, e caligrafia, pena que hoje não exista mais, ajuda muito na coordenação motora.
Um pensamento que tinha em um livro nunca esqueci "Na casa que entra sol, nunca entra médico".
Até consultório odontológico existia, em um ano houve um concurso para descobrir, o aluno que tinha os melhores dentes da escola, eu ganhei em segundo lugar, só porque tinha uma pequena abertura entre dois dentes.
Quando comecei a escrever, tinha tendência de usar a mão esquerda, no que alguns familiares percebendo isso, comentaram com meus pais, então meu pai foi na escola conversar com a diretora, o nome dela era Maria José Pahin da Porciúncula, uma senhora baixinha com cabelos brancos, mas muito sábia, e disse ao meu pai: se seu filho tem essa tendência de ser canhoto, deixe, o senhor não deve interferir, pois pode deixar alguma sequela, com gagueira, ou algum outro distúrbio, melhor deixar assim.
E até hoje sou canhoto de mão e pé.
Naqueles tempos, não existia caneta esferográfica, se usava canetas de pena, cada carteira tinha um recipiente, onde a escola colocava a tinta, e eu como canhoteiro, tinha que usar mata borrão, ( uma folha de papelão grosso esponjoso que absorvia o excesso de tinta ) para não borrar a escrita.
Atrás de mim sentava um aluno muito indisciplinado, que molhava a caneta na tinta e sempre sujava as costas da minha camisa, até que um dia minha mãe foi reclamar, e ele recebeu um castigo por isso.
Terminamos o curso com 34 alunos, no ano de 1.959.
No ano seguinte, após o término do quarto ano, um episódio triste aconteceu com um dos alunos da minha ex classe "Sebastião Bonavina", que estava meio doente faleceu com câncer.
Hoje essa escola, ao contrário de muitas escolas depredadas que existem por aí, se encontra mais bonita, do que na época em que estudei lá, até um jardim com muitas flores ela possui.
Fico muito feliz com isso.
PARABÉNS TUAS LEMBRANÇA DE ARARAQUARA. FLORESTANO LIBUTTI AVANTE. NOSSA ESCOLA EM 1968. UM GRUPO ESCOLAR FUNDADO EM 22 DE AGO. DE 1950.
ResponderExcluir