Música Transcendente e Mirabai Ceiba
Olívia Braschi | 5/11/2013 | 2 comentários
A música, os sons e ritmos acompanham os seres desde que o mundo é mundo. Ela está presente em tudo, no vento das árvores, na chuva, no uivar de lobos e nos lábios que sopram, cantam e beijam. Os sons nos trazem não apenas beleza, mas as notas musicais [dó, ré, fá sol, lá, si] contêm em si relações matemáticas sagradas geradoras do som correspondente.
Para muitos, a música se restringe a uma mera distração, mas ela é potencialmente um verdadeiro bálsamo para a alma. Se trazemos a consciência para ela, como os sons nos fazem vibrar, a música se converte e um alimento do corpo vital, nutrindo o Ser com as melhores qualidade como harmonia, inspiração, expansão espiritual da consciência, atuando como um agente de cura.
“O indivíduo comum nem de longe suspeita dos poderes que podem ser transmitidos à Terra por meio da música. Porém está rapidamente se aproximando a hora em que o Homem escolherá sua música com o mesmo cuidado inteligente e o mesmo conhecimento que ele usa agora para escolher sua comida. Quando essa hora chegar, a música tornar-se-á uma fonte importante de cura para muitas doenças individuais e sociais, e a evolução humana será tremendamente acelerada.” (Corinne Heline, Esoteric Music)
Os sons que ouvimos trabalham em no âmago de forma direta, porém sutil. Muitas vezes não percebemos as influências musicais nos centros de energia. Quanto mais harmônicas as notas, elas têm mais condições de nos proporcionar uma melhora na saúde física, na estabilidade emocional, na concentração mental e na sensibilidade espiritual.
É tudo uma questão de freqüência, já que os chakras e a própria aura são como um rádio, que sintonizam energias mais baixas ou mais altas. A própria Teoria das Cordas da física quântica explica porque ao tocar uma corda, outra naquele mesmo tom vibra em ressonância sem ter sido tocada. O próprio conceito de harmonia veio de Pitágoras e significa música, sendo tida como método de elevação e purificação da alma. Curiosamente em segundo plano foi entendida também como tradução para matemática.
Concomitantemente, ela também era objeto de reflexão intelectual que decifrava a real Harmonia vinda do Cosmos, questionando-se, por exemplo, o que determinaria a distância entre os planetas e o Sol. Contemplando-se sua beleza, a trajetória dos planetas no Sistema Solar foi batizada de “Harmonia das Esferas” e partindo do princípio que estamos no Universo e ele em nós, ‘o homem é parte desse cosmos, e cabe a ele descobrir qual é o seu lugar nesse conjunto e estabelecer a harmonia entre ele e o seu redor.’
“À Música encerra em tons, elementos de ordem celestial que governa o universo inteiro” (Filosofia Chinesa)
Como não vemos os corpos mais sutis nem as ondas de vibração energética que regem tudo que há, não nos é tão óbvio a influência da música. Atualmente já existem estudos que mostram a nível molecular como os sons afetam diretamente a matéria. Sabe-se que o nosso organismo vibra em nível celular numa frequência que rege nossos átomos e nossos órgãos, buscando a harmonia, se igualam às ondas sonoras e ritmos que escutamos e sentimos.
Recentemente, no Japão, o estudioso e cientista Dr. Masaru Emoto realizou uma experiência tocando músicas clássicas próximas à moléculas de água. Em análise microscópica, provou que elas se agruparam em forma de belas mandalas, ficavam crescentemente mais luminosas e se expandiam – como o Universo. Uma real maravilha do micro ao macrocosmos e nós, humanos, ligando o que há em cima e embaixo.
“A música consegue liberar as tensões do coração e aliviar a pressão das emoções. (…) O entusiasmo do coração exprime-se espontaneamente num assomo de canto, na dança e nos movimentos rítmicos do corpo. Desde tempos imemoriais o efeito inspirador do som invisível, que agita todos os corações e os aproxima, vem fascinando a humanidade.” (I Ching)
Eu particularmente sempre gostei de músicas mais densas, como o rock’n’roll, blues, jazz e soul. Entretanto, desde que retomei a senda do desenvolvimento espiritual, tenho desfrutado bastante da música clássica, new age e inspiracional. Essas e similares são conhecidas como músicas elevada e tornam o ambiente mais leve.
Há ainda algumas vertentes que potencializam a força da música com os mantras que significam “palavras de poder”. Se sintonizamos essa vibração positiva, é possível perceber a própria energia do Ser sendo espiralada às alturas, levando a um estado de transcendência.
Nestas minhas buscas, encontrei vários artistas talentosos e reconhecidos, mas um casal em especial gnosticamente me chamou a atenção.
” …Procurai um homem que seja um bom harpista: e acontecerá,… que ele tocará com a sua mão e ficareis curado’ (…) Davi tomou uma harpa e tocou com sua mão: e Saul sentiu-se revigorado, ficou bom, e o espírito do mal o deixou.” (I Samuel 16:16 e 23)
MIRABAI CEIBA
O duo Mirabai Ceiba é formado pelo violonista e cantor alemão Markus Sieber e a cantora, harpista e tecladista americana Angelika Baumbach. Eles se conheceram em uma feira de rua na Escócia, se apaixonaram e decidiram compartilhar seu amor com o mundo através da sua música, impregnada de espiritualidade, ternura e beleza.
“A música deles vem de um espaço de puro amor.” (Deva Premal)
Envoltos nesse amor transcendental, escolheram o nome Mirabai Ceiba, que incorpora as influências da Índia e da América Nativa. Mirabai (1498 -1547) foi uma cantora mística Hindu. Suas canções expressam a fusão do eu individual com o eu universal. E a Ceiba é uma árvore sagrada da América Latina, que nunca é cortada e cresce muito em altura.
“Queremos que a nossa música seja como a Ceiba, com profundas raízes na Mãe Terra e galhos que se estendem para o Pai Celestial.” (Markus e Angelika)
A música de Mirabai Ceiba é celestial, uma sublime mistura dos sons delicados da harpa, o harmônio, o violino e o violão, banhados com cânticos de amor em vozes gentilmente sincronizadas. Seus concertos são uma experiência de cura através da música, elevando a consciência e proporcionando o despertar, celebrando coletivamente a paz, alegria e amor.
“Mirabai Ceiba, com sua música, leva-nos ao reino divino de espírito que todos nós almejamos.” (Snatam Kaur)
O amor através da música é a língua universal que une as pessoas, culturas e tradições do mundo. Mirabai Ceiba vive isso como sua verdade e traz também em suas composições palavras de grandes mestres, espalhando mensagens elevadas, propícias à reflexão e recordação íntima de si mesmo. Há a parecença de Rumi, na vigorosa Despierta e na suave A Hundred Blessings, e Khalil Gibran na linda Between The Shores Of Your Souls, entre outras.
Impossível ver e escutar esse casal e não perceber a Luz que brilha quando os dois pólos se unem em alquimia íntima e propósito de espalhar a paz e o amor universal!
“O que nos inspira é conectar nossos corações com o coração universal, e reunir pessoas para cantar juntos e manifestar nossas intenções de cura, amor e paz.” (Mirabai Ceiba)
Para a nossa sorte, eles estarão no Brasil pela terceira vez agora em novembro de 2013, com apresentações no Rio de Janeiro (dias 7 e 9), em São Paulo (dias 10 e 12) e Florianópolis (dia 15). Os eventos contam com a participação do violinista e percussionista sérvio Bogdan Djukic, e será a última escala latinoamericana da turnê mundial pela Europa, Estados Unidos, México, Equador, Chile e Argentina.
Eis a oportunidade de experimentar uma cultura sublime, alimentando o espírito das energias curativas da música que nos faz transcender. Sons de amor que nos levam às alturas.
Mais informações e ingressos, acesse o site da Roda Experience.
Conheça outras músicas do duo através do Spirit Voyage.
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