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domingo, 24 de novembro de 2013

QUEM FOI BUDA, E O QUE ELE ENSINOU?

QUEM FOI BUDA E O QUE ELE ENSINOU?

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Sidarta Gautama nasceu há cerca de 2.500 anos, filho único do grande rei Sudodana, de Kapilavastu, no norte da Índia. Sua mãe era a bela rainha Maya. Ele foi um menino como outro qualquer, cheio de ambição e energia. Por ser o príncipe herdeiro, recebeu a melhor educação possível na época. Era o melhor dentre os cavaleiros, excelente lutador e arqueiro, bem como um gênio mental. Ao crescer, interessou-se em descobrir a causa de todos os sofrimentos da vida. Tornou-se contemplativo, perdeu o interesse pelos esportes e pela política e, apesar do pedido do pai para que assumisse o trono, abandonou o belo palácio paterno e tornou-se um buscador da verdade. Tinha então 29 anos.
Nos seis anos seguintes, percorreu todo o país procurando mestres e ensinamentos através dos quais pudesse resolver os muitos problemas da vida. Primeiro, foi aos brâmanes e tentou, com sua filosofia, resolver os problemas humanos. Depois estudou com um grupo de ascetas, adotando sua vida severa e contemplativa. E assim ele prosseguiu, durante seis anos, estudando todas as escolas de religião e filosofia; inutilmente, no entanto. Nenhuma daquelas escolas lhe oferecia uma resposta satisfatória.
Certo dia, depois de banhar-se nas águas do Nairanjana, sentou-se sob uma figueira e meditou, e ali, após aqueles anos de observação e experiência, finalmente descobriu a verdade, alcançou a iluminação e chamou a si mesmo de Buda . Tinha então 35 anos. Até aquele momento, o príncipe Sidarta não era Buda.
“Buda” é um termo sânscrito que significa “O Iluminado”. Buda não foi uma divindade, nem qualquer espécie de deus, nem um profeta como há em muitas outras religiões. Buda foi um homem que encontrou a verdade e viveu a verdade.
Buda viveu até os 80 anos e, assim, durante quarenta e cinco anos, ensinou o caminho de vida que ele próprio encontrara. Foi um filósofo, psicólogo e líder espiritual prático e realista. Foi o primeiro a negar o sistema de castas, dizendo que um homem deve ser julgado por suas qualidades e não por seu nascimento. Portanto, contra o forte conformismo de sua época, foi corajoso o bastante para denunciar o rígido sistema de castas da Índia. Foi contra os complexos rituais religiosos daqueles dias; aboliu os conceitos antropomórficos e não acreditava na idéia dualística de um eu ou alma independente, enquanto entidade separada. Explicou que todas as coisas estão relacionadas umas às outras pela Lei de Causa e Efeito.
Buda, após sua iluminação, deu seu primeiro ensinamento no Parque do Cervo, nos arredores da cidade de Benares. O teor daquele primeiro sermão foram as célebres Quatro Nobres Verdades e a Senda Óctupla, que constituem o alicerce dos ensinamentos budistas. O ensinamento de Buda não é teologia nem metafísica. Buda não especulava sobre o incognoscível, tal como um insondável começo ou fim. Não há começo nem fim na eternidade. Ele não conceituou a eternidade. A eternidade é o agora. O momento presente inclui o passado eterno e o eterno futuro. Este é o eterno-presente. Buda estava interessado no presente. Existem muitos problemas urgentes e prementes exatamente aqui e agora na nossa vida. Resolver os problemas presentes é também resolver os problemas passados e futuros.
Os ensinamentos de Buda surgem a partir das suas próprias observações e experiências na vida neste mundo. As Quatro Nobres Verdades são:
O reconhecimento do sofrimento . Não precisamos reconhecê-lo – nós o temos. Temos muito sofrimento, miséria e problemas em nossa vida. Que a vida envolve sofrimento é um fato, e foi exatamente esta afirmação de um fato – de que todos os seres estão sujeitos ao sofrimento – a primeira das Quatro Nobres Verdades afirmadas por Buda. Não era uma teorização ou especulação, mas sim os fatos da vida, da existência.
A causa do sofrimento. Não existem milagres no budismo; o sofrimento tem causas definidas. Buda foi como o médico que examina um paciente e descobre a causa de sua doença. Por esta razão, ele era freqüentemente chamado de médico da vida. A causa do sofrimento é a ignorância.
Superar ou transcender as causas do sofrimento. A ignorância, causa do sofrimento, pode e deve ser superada ou transcendida. Portanto, o budismo é o caminho da Iluminação.
O caminho para superar a causa do sofrimento. O caminho é a Senda Óctupla.
A Senda Óctupla é simbolizada pela Roda da Lei ou Roda da Vida ( dharmachakra ), que é o símbolo internacional do budismo. Os oito raios da roda representam os oito caminhos da vida ou da lei, que estão em movimento. A roda simboliza o movimento. A vida é dinâmica e está sempre em movimento. Os oito raios partem do ponto central, que simboliza a verdade, e são circundados pelo aro ou borda, que representa a sabedoria e a compaixão.
A Senda Óctupla compreende: a compreensão correta, o pensamento correto, a palavra correta, a conduta correta, o esforço correto, a ocupação correta, a atenção correta e a meditação correta. Ao vivermos a Senda Óctupla, podemos superar as causas dos problemas e do sofrimento.
Os freqüentes mal-entendidos e a falta de compreensão na vida particular ou doméstica e na vida social e internacional mostram o quanto precisamos da compreensão correta em nossa vida. Precisamos de uma correta compreensão das coisas, dos eventos e dos relacionamentos, bem como da própria vida, a fim de podermos superar os muitos problemas causados pela ignorância.
O Sentido desse “correto”, conforme usado ao longo da Senda Óctupla, é muito importante. Não se trata de certo em contraposição a errado. Trata-se de correto no sentido absoluto, não em sentido moral e relativo. Existe apenas o correto. Correto é o correto transcendido, o qual está acima e além da dualidade certo/errado. O correto – ou a verdade – muda conforme as diferentes situações, condições e épocas. Não existe um correto – ou uma verdade – imutável, permanente ou estático. Portanto, o termo “correto” é usado em um sentido absoluto e religioso, não em um sentido ético ou moral.
A ocupação correta significa o trabalho ao qual uma pessoa pode dedicar toda a sua vida. É um trabalho de vida. Muitas pessoas acham que o trabalho é apenas um meio de “ganhar a vida”. Escolhem um emprego por causa do salário, do prestígio ou porque é fácil. Porém, ocupação correta significa a própria vida. Todo trabalho é nobre e correto se for o trabalho da vida de uma pessoa. A vida de dedicação é a ocupação correta, e a ocupação não-correta traz contínuos problemas e sofrimentos para nós mesmos e para os outros. A ocupação correta é muito importante na vida moderna.
Buda vê o mundo em que vivemos como mudança contínua. Todas as coisas mudam, nada é permanente. Todas as coisas materiais, idéias, ideais, caráter e personalidade, princípios morais, culturas, condições econômicas, situações políticas e tudo o que existe está em constante mudança. Por causa dessa contínua mudança de todas as coisas, estamos constantemente precisando enfrentar novas situações e isto cria muitos problemas e, com freqüência, sofrimentos. Já que estamos sempre nos defrontando com problemas, a visão budista da vida – de que a vida está sempre sujeita ao sofrimento – é muito verdadeira.
A ignorância é a causa de todos os problemas e sofrimentos. A ignorância sobre nós mesmos é a maior de todas as ignorâncias. O primeiro ensinamento de Buda na busca do caminho foi: antes de tudo, conhecer a si mesmo. Sócrates devotou toda a sua vida ao “conhece-te a ti mesmo” e Buda ensinou o mesmo caminho. Uma pessoa precisa saber o que ela é antes de poder fazer alguma coisa para alcançar a paz, a felicidade ou a liberdade. Muitas pessoas pensam saber o que são, mas devemos lembrar que o “eu” de ontem não é o “eu” de hoje nem o “eu” de amanhã. Estamos continuamente vivendo uma nova vida. Não existe um eu imutável. Esta é a doutrina do “não-eu”. O que “eu sou” é o somatório de outras coisas e pessoas. Não existe um eu – ou alma imutável e eterno. Isto não significa a negação da individualidade. Buda enfatizou a singularidade e a importância do indivíduo. “Seja você mesmo” é o ensinamento importante do budismo. Porém, não devemos nos apegar ao conceito de um eu imutável.
Todos os ensinamentos de Buda apontam para a imediação, a espontaneidade, o desapego, a não-dualidade e a unidade da vida. Embora Buda tenha nascido há 2.500 anos, na Índia, sua vida está sempre nova e vigorosa em mim, aqui, hoje, no Ocidente. Somente quando me vejo verdadeiramente, sinto em mim a presença de Buda Gautama. Sua vida é a minha vida; minha vida é a vida de todos. Toda a vida é uma. Esta é a vida de Buda Gautama.
Gyomay Kubose
Budismo Essencial

AS QUATRO NOBRES VERDADES (NA PERSPECTIVA MAIS PRATICA)

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Gostaria de começar falando sobre alguns enganos que temos a respeito do Dharma do Buda, os quais são muito comuns em todo o mundo ocidental, e mesmo no Oriente. A causa desses enganos tem a ver com palavras e com aquilo que elas significam.
Hoje, no café da manhã, eu comi bolo. E ontem eu aprendi que existe uma expressão em português: Quando você vai se encontrar com uma pessoa e ela não comparece, diz-se que você “ganhou um bolo”. Imaginem que daqui a 500 anos, um arqueólogo encontre um diário de anotações de um brasileiro. Lá é dito: “Eu fui encontrar com Paulo e ganhei um bolo”. O tradutor diria que eles comeram um bolo juntos! Esta é a armadilha das palavras, as quais têm um significado para uma época e cultura em particular. O mesmo se dá com alguns dos ensinamentos do Buda.
Consideremos as Quatro Nobres Verdades, as quais estão no centro do ensinamento do Buda. A tradução usual das Quatro Nobres Verdades é: “A vida é sofrimento; a causa do sofrimento é o desejo; a cessação do sofrimento é se ver livre do desejo; o modo de fazê-lo é o Caminho Óctuplo”.
Isto está correto? De modo algum! Isto não é o que o Buda falou. Este é o problema! Vamos começar com a Primeira Nobre Verdade, que é sempre traduzida como “A vida é sofrimento”. Mas que coisa horrível! Veja a vida! É uma força excitante e de grande diversidade, de inacreditável deleite. Por que, então, é traduzido como a vida é sofrimento?
Vamos examinar a língua em que o Buda falava. O Buda disse, de fato, que a vida é dukkha. Esta palavra sempre é traduzida como sofrimento, mas isso não é de modo algum o que significa. A raiz de dukkha é duk, e significa “eixo”. Veja a época do Buda: A forma mais complexa de transporte era uma carroça; era uma carroça de madeira, como é na Índia ainda hoje, com um eixo de madeira unindo duas rodas também de madeira, e puxada por búfalos.
A palavra dukkha significava o eixo que está fora do prumo, que está fora de alinhamento. Imaginem o sofrimento de uma pessoa sentada nessa carroça, a força que os búfalos devem fazer e, ao invés da carroça seguir suavemente, ela está fora do eixo, desalinhada.
Então, Buda fala sobre a vida – a vida de todos nós – usando o exemplo da carroça que tem seu eixo fora de alinhamento. Ele diz que nossas vidas estão fora de equilíbrio. E é esse desequilíbrio que leva ao sofrimento. Ele nunca disse que a vida é sofrimento. Este é um ponto muito importante. Nossas vidas estão fora de equilíbrio, ou, como os chineses falariam, não está fluindo junto com o Tao. Ambas as expressões significam a mesma coisa. Esta é a Primeira Nobre Verdade.
A Segunda Nobre Verdade se refere à razão da vida ser assim, e isso é geralmente traduzido como desejo. Mas nós teríamos uma vida muito estranha se não tivéssemos desejos. Não é o que o Buda falou. A palavra que o Buda usou foi trishna e significa “sede”. Nas palavras do próprio Buda isso foi descrito: “É como um homem vagando no deserto por muitos dias, sedento por água”. Isso também é a sede do “eu quero” e do “eu não quero”, e é por isto que todos nós sofremos.
O que é este “eu quero” e “eu não quero”? O que isso indica? Significa que não estamos satisfeitos com este momento, “agora”. Porque se estivéssemos “aqui” (Rodney bate no chão), não haveria “querer” nem “não querer”. Simplesmente haveria este momento, agora. O Buda, utilizando-se deste exemplo, estava dizendo: “Esteja com este momento”. O momento em que você quer ou não quer é o momento em que você deixa o agora, o momento presente, e aí, então, isso leva ao sofrimento.
Então, esse desequilíbrio que temos faz com que nunca estejamos no momento e, não estando no momento, isso leva ao sofrimento. É muito simples. Agora você pode examinar a sua própria vida a partir dessas palavras.
Mas o Buda não parou por aí. Ele nos deu uma cura para este “não estar no momento”, este sofrimento. Esta cura é a Terceira Nobre Verdade, que é a verdade mais mal entendida de todas.
Ele fala do Nirvana ou Nibbana, que é uma palavra que é usada em todas as línguas nos dias de hoje, mas ninguém sabe o que significa. A palavra é muito simples. Significa expirar, apagar – como apagar uma vela. Muito simples! O Buda apenas usava palavras simples, mas mesmo assim elas foram totalmente mal compreendidas, porque geralmente ela é traduzida como extinção do desejo. Correto? Não significa de modo algum isto.
No tempo do Buda, a palavra nirvana, apagar, significava simplesmente isto: apagar. Mas havia uma grande diferença. De acordo com a ciência e a filosofia do Vedanta, quando você apaga uma chama, como em uma vela ou em uma lâmpada de óleo, você diz que a chama ficou livre. Quando você acende uma vela, você captura a chama, como se a colocasse numa gaiola. Então, em “nossa” idéia de apagar uma vela nós dizemos “extinguir” ou “matar”; mas, na época do Buda, apagar uma chama significava libertá-la. Da mesma forma como seu “bolo”; coisas completamente diferentes!
Então, o Buda nunca disse algo como matar os seus desejos; ele falava da libertação ou liberdade deste apego ao “eu quero” ou “eu não quero”. Quando você abandona isso, então a sua vida entra num equilíbrio. Aí, então, você está completamente livre. Este é um ensinamento maravilhoso, porque ele é prático e você pode vê-lo em sua própria vida.
Se você sempre está no momento, você não pode sofrer, você está livre para ir para o próximo momento, livre para seguir para o próximo momento, sempre totalmente livre, sem estar preso no “eu quero” ou “eu não quero”. E é isso que o Buda ensinava. Ele, então, nos deu o Caminho Óctuplo como uma forma de alcançar isso. Da mesma forma como as pessoas dizem hoje: “Como eu posso levar esta prática para a minha vida?”, o Buda nos deu a resposta. É o Caminho Óctuplo: A Compreensão Correta, o Pensamento Correto, a Linguagem Correta, a Ação Correta, os Meios de Vida Correto, o Esforço Correto, a Vigilância Correta, a Concentração Correta. Mas cuidado com a palavra “correto”, porque “correto” implica que há um “errado”, e o Buda não usava a palavra desta forma; o Buda não falava desde um ponto de vista dualista.
Uma palavra melhor do que “correto” é “apropriado”. Linguagem Apropriada, Pensamento Apropriado, Compreensão Apropriada, etc. Vamos, então, apenas examinar um desses fatores, utilizando a palavra “apropriada” ao invés de “correta”. Linguagem Apropriada significa não falar mal de uma outra pessoa, não utilizar palavras para se mostrar, não utilizar palavras para sugerir algo que não é correto. Há muitos exemplos em suas vidas. Simplesmente falar demais é uma linguagem inapropriada. Podemos falar que ler demais também é uma linguagem inapropriada, ou ver televisão demais também seria linguagem inapropriada.
O que o Buda quis fazer ao ensinar sobre essas várias ações não apropriadas foi nos dar um instrumento para examinarmos as nossas próprias vidas. O que significa “apropriado” em termos de nossa vida? Significa Linguagem, Ação e Pensamento que nos ajudam a nos livrarmos de nosso desequilíbrio, de nosso dukkha.
O Caminho Óctuplo usado apropriadamente irá nos ajudar a colocar a nossa vida em equilíbrio. Isso não é algum ensinamento esotérico, nem aquilo que freqüentemente acontece no ensinamento mal compreendido sobre o que o Buda ensinou.

AS QUATRO NOBRES VERDADES SÃO MUITO PRÁTICAS, BASEADAS NA VIDA REAL. É UM ENSINAMENTO SOBRE COMO VIVER A SUA VIDA. E POSSO ASSEGURAR A VOCÊS, QUE SE LEREM QUALQUER ENSINAMENTO DO BUDA QUE PARECER MUITO DISTANTE DE SUA VIDA AGORA, ISSO É UMA TRADUÇÃO RUIM. PORQUE O BUDA ERA UM HOMEM PRÁTICO E INTELIGENTE, QUE OLHAVA PROFUNDAMENTE PARA O QUE FAZEMOS CONOSCO. A PARTIR DAÍ, ELE NOS OFERECEU UM MODO DE SAIR DISSO. ESPERO QUE ISSO QUE FALEI SOBRE AS QUATRO NOBRES VERDADES TENHA LANÇADO UM POUCO DE LUZ. MUITO OBRIGADO!

Por: Rodney Downey (Budismo Zen coreano)

PARA FINALIZAR, VOCÊ PODE ASSISTIR ESTE INCRÍVEL DOCUMENTÁRIO:

BUDISTAS

“O BUDISMO NÃO É APENAS SOBRE OS RITUAIS, MANTRAS, VISUALIZAÇÕES, OU CERIMÔNIAS. ELES PODEM SER PARTE DELE, MAS O PONTO FUNDAMENTAL DO BUDISMO É TRANSFORMAR A MENTE. ” DALAI LAMA

Quando você é treinado como budista, não pensa no budismo como uma religião. Você pensa nele como um tipo de ciência, um método para explorar a própria experiência por meio de técnicas que lhe permitam examinar suas ações e reações sem julgamentos, com o olhar voltado para o reconhecimento: “Ah, é assim que minha mente funciona. É isso que preciso fazer para vivenciar a felicidade. É isso que preciso evitar para evitar a infelicidade.”
Em sua essência, o budismo é muito prático. Trata-se de fazer coisas que encorajem a serenidade, a felicidade e a confiança, e evitar coisas que provoquem a ansiedade, a desesperança e o medo. A essência da prática budista não é tanto um esforço para mudar seus pensamentos ou seu comportamento para que você se torne uma pessoa melhor, mas perceber que, independentemente de sua opinião sobre as circunstâncias que definem sua vida, você já é bem, pleno e completo. Trata-se de reconhecer o potencial inerente de sua mente. Em outras palavras, o budismo não se preocupa tanto em ficar bem, mas em reconhecer que você já é, neste exato local e neste exato momento, tão pleno e tão bom e já está essencialmente tão bem quanto jamais poderia esperar um dia estar.
Você não acredita nisso, certo?
Bem, por muito tempo, também não acreditei.
”Pela prática” (dos ensinamentos e da meditação), um aluno me disse, “aprendi que os sentimentos não são fatos. Eles vêm e vão dependendo do meu próprio estado de inquietação ou calma em um dado momento. Se fossem fatos, eles não mudariam, independentemente da minha situação”.
O mesmo pode ser dito de pensamentos, percepções e sensações físicas, que, de acordo com os ensinamentos budistas, são todos expressões momentâneas da possibilidade infinita da vacuidade. Eles são como pessoas andando em um aeroporto a caminho de uma cidade diferente. Se você lhes perguntasse as intenções, elas lhe diriam que estão só de passagem.
“A mente é vazia em essência Apesar de vazia, tudo constantemente surge dela”.
‘Alegria de Viver”

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